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Morte: o ponto mais alto da condição humana




“É diante da morte que o enigma da condição humana atinge o seu ponto mais alto” Gaudium et Spes, do Vaticano II GS 18

A morte é- para os que morrem na graça de Cristo-: vida! O Catecismo da Igreja no §1006 vai nos dizer que ela “é uma participação na morte do Senhor, a fim de participar também de sua Ressurreição.”. A morte é sempre importante, porque ela sela um destino, para Cristo ela foi uma grande coroa. Antes, a morte era o salário do pecado, mas, pelo Cordeiro Imolado, foi vencida. “A morte foi transformada por Cristo Jesus, o Filho de Deus, que sofreu Ele também a morte, própria da condição humana. Todavia, apesar do seu pavor diante dela” (Mc 14,33-34), Ele próprio disse que veio para dar Sua vida pela redenção de muitos. Ninguém poderia tirar esta vida d’Ele, mas Ele podia dá-la voluntariamente. Se,  portanto, a morte foi o principal momento para qual Cristo viveu, ela também teria que ser para nós o único momento para a qual deveríamos viver.

“Se não existe um motivo pelo qual vale a pena morrer, a vida também não vale a pena.” Joseph Ratzinger

Refletir sobre a morte implica em nós uma urgência sobre as coisas, porque nossas vidas são marcadas pelo tempo e esse tempo é limitado, assim é a ordem natural das coisas, a morte é o limite que temos para fazer nossas vidas valerem a pena. De repente aquilo que você classificava como “importante”, já não é mais diante do caráter urgente que é a morte.

“Lembra-te de teu Criador nos dias de tua mocidade [...] antes que o pó volte à terra donde veio, e o sopro volte a Deus, que o concedeu” Ecl 12,1.7.

Os tempos modernos têm caminhado para o desprezo de Deus, têm dado ao homem e as coisas altares. Isso tem cada vez mais destruído a humanidade, causando uma desordem nos seus próprios valores, deixando-se conduzir pelos apetites do corpo, usando a razão somente quando a convém e o espírito esquecido como Cristo. Então, vivemos gastando nosso tempo com coisas, bens, títulos, paixões, desejos..., de maneira excessiva. Trocamos o lugar de Deus em nossas vidas e damos espaço para as coisas e pessoas. Nada é mais importante do que Deus e a morte nos recorda isso.

“Nada te perturbe, Nada te espante, tudo passa, Deus não muda, a paciência tudo alcança; Quem a Deus tem Nada lhe falta: Só Deus basta.” Santa Teresa D’Ávila

Então, o que importa diante da morte?

É olhando para a vida de Cristo marcada pela morte que foi vencida pelo amor que vamos encontrar essa resposta, fazendo nos recordar que tudo passa, que nascemos para a eternidade, para Aquele que não passa. Ele que até o último suspiro, pregado na cruz, despido, ensanguentado, abandonado e desprezado pelos seus, não teve nenhum consolo e além de todo o peso, todas as feridas a lança o transpassou e Ele morreu de amor!

O que devemos querer nós que somos seus filhos?

Morte! Somos chamados a morrer com Cristo, como diz São Paulo “Agora me alegro nos sofrimentos suportados por vós. O que falta às tribulações de Cristo, completo na minha carne, por seu corpo que é a Igreja.” Colossenses 1, 24. Somos chamados a dar o primeiro e ultimo suspiro de nossos dias para Ele; a pregar na cruz as nossas vontades; a nos despir de nossos pecados; nos abandonar das carências, das dependências e dos vícios; procurar nunca ter consolo; louvar sempre por tudo e deixar que Cristo entre como a lança, que penetra o coração e que nos permite amar. Precisamos morrer como Cristo!
Como você quer morrer? Como você quer morrer depende do como você vive hoje! Na condição e na realidade que você se encontra hoje, eu desejo que você viva e morra com Cristo Crucificado!

Salve Maria Imaculada!

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