Dia 14: Sem Maria não alcançamos a graça da perseverança!
Meditação:
A
perseverança final é um dom divino tão grande, que, como disse o santo Concílio
de Trento, é um dom de todo gratuito que por nada podemos merecer. Contudo S.
Agostinho diz que alcançam de Deus a perseverança todos aqueles que lha pedem.
E conforme diz o Padre Suárez, infalivelmente a alcançam, sendo diligentes até
o fim da vida em a pedir a Deus. Por isso escreve S. Belarmino: Peça-se a
perseverança todos os dias, para que seja obtida cada dia. Ora, se é verdade –
como eu o tenho por certo, conforme a sentença hoje comum, como depois
mostrarei no capítulo VI – se é verdade, digo, que quantas graças Deus nos
dispensa, todas passam pelas mãos de Maria, é também verdade que só por meio de
Maria poderemos esperar e conseguir esta sublime graça da perseverança. Esta
mesma graça promete a todos aqueles que fielmente a servem nesta vida. “Os que
agem por mim não pecarão; aqueles que me esclarecem, terão a vida eterna” (Eclo
24,30). Para nossa conservação na vida da divina graça, é-nos necessária a fortaleza
espiritual que nos leva a resistir a todos os inimigos da salvação. Ora, esta
fortaleza só por meio de Maria se alcança. “Minha é a fortaleza; por mim reinam
os reis” (Pr 8,14). Minha é esta fortaleza, diz Maria; Deus depositou em minhas
mãos este dom, para que eu o conceda aos meus devotos servos. “Por mim reinam
os reis”, por meu intermédio reinam os meus servos, e dominam sobre todos os
seus sentidos e paixões, e assim dignos se tornam de um reino eterno no céu.
Oh! quanta força possuem os servos desta grande Rainha para vencer todas as
tentações do inferno! É Maria aquela decantada torre dos Sagrados Cânticos: Teu
pescoço é como a torre de Davi, que foi a armadura dos esforçados (4,4). Para
os que a amam e a ela recorrem nos combates, é como uma torre forte cingida de
todas as armas na luta contra o inferno. A Santíssima Virgem é por isso chamada
plátano. “Eu me elevei como o plátano à borda d’água, nos caminhos” (Eclo
24,19). Diz o Cardeal Hugo que as folhas do plátano são semelhantes a um
escudo. Assim se explica a proteção de Maria para com aqueles que a ela se
acolhem. O Beato Amadeu dá uma outra razão a estas palavras e diz: Assim como o
plátano com a sombra dos seus ramos defende os transeuntes da chuva e do sol,
do mesmo modo sob o manto de Maria acham os homens refúgio contra o ardor das
paixões e a fúria das tentações. Infelizes as almas que se afastam desta defesa
e cessam de venerar a Maria, e de se lhe recomendar nos perigos! Que seria do
mundo, se não nascesse mais o sol? Nada mais do que um caos de trevas e de
horror – pergunta e responde S. Bernardo. “Retira o sol e que será do dia?
Perca uma alma a devoção para com Maria, e que será senão trevas?” Sim, a alma
ficará cheia daquelas trevas de que fala o Espírito Santo: Puseste trevas e foi
feita a noite; nela transitarão todas as alimárias das selvas (Sl 103,20).
Quando em uma alma já não resplandece a divina luz, e anoitece, ficará ela
sendo covil de todos os pecados e dos demônios. Ai daqueles, exclama S.
Anselmo, que desprezam a luz deste sol, isto é, a devoção a Maria! Com razão
temia S. Francisco de Borja pela perseverança dos que não davam provas de uma
especial devoção à Santíssima Virgem. Perguntando certo dia aos noviços pelos
santos de sua devoção, conheceu que deles alguns não eram especialmente devotos
de Nossa Senhora. Advertiu ao mestre dos noviços que olhasse com mais atenção
para aqueles infelizes. E, de fato, todos eles perderam miseravelmente a
vocação, e saíram da Companhia. Razão sobrava, portanto, a S. Germano, ao
chamar a Virgem de respiração dos cristãos. Pois como o corpo não pode viver
sem respirar, tão pouco o pode a alma sem recorrer e recomendar-se a Maria, por
cujo intermédio adquirimos e conservamos com segurança a vida da divina graça. O
Beato Alano, assaltado uma vez de uma forte tentação, esteve em termos de
perder-se por se não ter encomendado a Maria. Apareceu-lhe então a Santíssima
Virgem, e para o fazer mais advertido em outras ocasiões, bateu-lhe levemente
no rosto e acrescentou: Se te houvesses recomendado a mim, não terias corrido
tão grande risco. (Santo Afonso de Ligório)
Oração:
Ó Mãe de piedade, Virgem
sacrossanta, eis a vossos pés o traidor, que em pagando com ingratidão as
mercês, por vossa intercessão recebidas de Deus, tem sido infiel a vós e a ele.
Mas, Senhora, vós bem sabeis que a minha infidelidade não tira, antes aumenta a
minha confiança em vós. Pois vejo que minha miséria faz crescer vossa compaixão
para comigo. Mostrai, pois, ó Maria, que sois cheia de liberalidade e de
misericórdia para com este pecador, assim como o sois para com todos aqueles
que vos invocam. Basta que me olheis e tenhais compaixão de mim. Se o vosso
coração se compadecer, que posso eu temer? Não; não temo nada. Não temo os meus
pecados, porque podeis remediar o mal que fiz. Não temo os demônios, porque vós
sois mais poderosa que o inferno todo. Não; não temo vosso Filho, justamente
irritado contra mim, porque uma só palavra vossa o aplacará. Só temo por minha
negligência que me leve a deixar de recomendar-me a vós nas minhas tentações e
por isso me perca. Mas isto é o que hoje vos prometo, que quero recorrer sempre
a vós. Ajudai-me a executá-lo. Vede que bela ocasião tendes de satisfazer o
vosso desejo de socorrer um miserável, qual eu sou!Ó Mãe de Deus, eu tenho uma
grande confiança em vós. De vós espero a graça de chorar como devo os meus
pecados! E de vós espero a fortaleza para não tornar a cair neles. Se eu estou
enfermo, vós, ó auxílio celeste, podeis valer-me. Se minhas culpas me fizeram
ser fraco, o vosso socorro me fará valente. Ó Maria, tudo espero de vós, porque
podeis tudo junto de Deus. Amém.
-Pedir
a graça que deseja alcançar e rezar o Santo Terço ou Rosário-
Votos:
- Partilhe com alguém a respeito do céu;
- Rezar pelas almas do purgatório;
![]() |
“Ó Santíssima, Ó piíssima, Doce Virgem Maria. Mãe amada, Rogai por nós!” |
0 comentários