Dia 19: Maria é a esperança!
Meditação:
S. Germano, reconhecendo em Maria a fonte de
todo o nosso bem e a libertação de todos os males, assim a invoca: Ó Senhora
minha, sois a minha única consolação dada por Deus, vós o guia da minha
peregrinação, vós a fortaleza das minhas débeis forças; a riqueza das minhas
misérias, a liberdade das minhas cadeias, e a esperança da minha salvação. Ouvi
as minhas orações, tende compaixão dos meus suspiros, ó minha Rainha, que sois
meu refúgio, minha vida, meu auxílio, minha esperança, minha fortaleza! Tem,
portanto, razão S. Antonino ao aplicar a Maria estas palavras da Sabedoria
(7,11): Juntamente com ela me vieram todos os bens. Já que Maria é a Mãe e a
dispensadora de todos os bens, diz ele, bem se pode afirmar que todos os homens,
especialmente os que vivem no mundo como devotos desta Soberana, juntamente com
a devoção de Maria adquiriram todos os bens. Por isso, sem mais restrições,
dizia o Abade de Celes: Quem ama Maria acha todo o bem, acha todas as graças e
todas as virtudes, porque ela por sua intercessão lhe alcança tudo quanto lhe é
necessário para enriquecê-lo com a divina graça. – Ela própria nos faz cientes
de ter consigo todas as opulências de Deus, isto é, as divinas misericórdias,
para dispensá-las aos que a amam. “Comigo estão as riquezas... a magnífica
opulência... para enriquecer os que me amam” (Pr 8, 18, 21). Exorta-nos por
isso Conrado de Saxônia a que não retiremos os olhos das mãos de Maria, a fim
de, por seu intermédio, recebermos os bens que almejamos. Oh! quantos soberbos,
com a devoção de Maria, acharam a humildade; quantos coléricos, a mansidão;
quantos cegos, a luz; quantos desesperados, a confiança; quantos transviados, a
salvação! E isto mesmo o profetizou ela, quando proferiu em casa de Isabel
aquele seu sublime cântico: Eis que já desde agora todas as gerações me
chamarão de bem-aventurada (Lc 1,48). Sim, ó Maria, todas as gerações
chamar-vos-ão de bem-aventurada – comenta S. Bernardo – porque a todas tendes
dado a vida e a glória; pois em vós acham perdão os pecadores e perseverança os
justos. O piedoso Landspérgio imagina o Senhor falando assim ao mundo: “Homens,
pobres filhos de Adão, que viveis no meio de tantos inimigos e de tantas
misérias, procurai honrar com especial afeto a minha e vossa Mãe; pois eu dei
Maria ao mundo para vosso exemplo, para que dela aprendais a viver como é
devido. Dei-a como vosso refúgio para que a ela recorrais em vossas aflições.
Esta minha filha eu a fiz tal, que ninguém a pudesse temer, nem ter repugnância
de recorrer a ela. Exatamente por isso a formei tão benigna e compassiva, que
nem sabe desprezar os que a invocam, nem sonegar seus favores a quem a suplica.
A todos abre o manto de sua misericórdia e não despede alma nenhuma
desconsolada”. Louvada seja, pois, e bendita a imensa bondade de nosso Deus,
que nos concedeu esta excelsa Mãe e advogada tão terna e amorosa! Como são
ternos os sentimentos de confiança de um S. Boaventura, tão abrasado de amor
para com nosso Redentor e nossa amantíssima advogada, Maria! Ainda que o Senhor
tenha-me reprovado quanto quiser, exclama o Santo, eu sei que ele não pode
negar-se a quem o ama e a quem de todo o coração o busca. Eu o abraçarei com o
meu amor e sem me abençoar não o deixarei; sem me levar consigo, ele não poderá
ausentar-se. Se mais não puder, ao menos esconder-me-ei dentro das suas chagas,
onde ficarei para que me não possa encontrar fora de si. Finalmente, se o meu Redentor,
por causa das minhas culpas, me lançar fora dos seus pés, eu me prostrarei aos
pés de Maria, sua Mãe, e deles não me afastarei enquanto ela não me alcançar o
perdão. Por ser Mãe de misericórdia, nem recusa nem jamais recusou
compadecer-se de nossas misérias, e socorrer os infelizes que imploram o
auxílio. E assim, se não por obrigação, ao menos por compaixão, não deixará de
induzir o Filho a perdoar-me. Olhai, pois, para nós, concluamos com Eutímio,
olhai para nós finalmente com os vossos olhos piedosos, ó Mãe nossa
misericordiosíssima! Pois somos servos vossos e em vós temos colocado toda a
nossa esperança. (Santo
Afonso de Ligório)
Oração:
Ó Mãe do santo amor, ó
vida, refúgio e esperança nossa! Bem sabeis que vosso Filho Jesus Cristo, não
contente de constituir-se nosso perpétuo advogado junto ao Eterno Pai, quis
ainda que vos empenhásseis junto a ele para impetrar as divinas misericórdias.
Ele dispôs que as vossas orações concorressem para nossa salvação, e deu-lhes
tanto poder, que alcançam quanto pedem. Eu, miserável pecador, para vós me
volto, ó esperança dos miseráveis. Espero, ó Senhora minha, que, pelos
merecimentos de Jesus Cristo e pela vossa intercessão, me hei de salvar. Assim
espero e confio tanto que, se a minha salvação eterna estivesse na minha mão, certamente
eu a poria na vossa. Pois mais confio em vossa misericórdia e proteção, que em
todas as minhas obras. Mãe e esperança minha, não me desampareis como eu
mereço; olhai para as minhas misérias e movei-vos à piedade, socorrei-me e
salvai-me. Confesso que com meus pecados tenho muitas vezes posto obstáculo às
luzes e aos socorros que me tendes alcançado do Senhor. Porém vossa piedade
para com os miseráveis e vosso poder junto a Deus excedem o número e a malícia
de todos os meus pecados. É patente ao céu e à terra que quem é de vós
protegido certamente não se perde. Esqueçam-me, pois, todas as criaturas, vós,
porém, não me esqueçais, ó Mãe de Deus onipotente. Dizei a Deus que eu sou
vosso servo; dizei-lhe que vós me protegeis, e serei salvo. Ó Maria, tenho
confiança em vós; nesta esperança vivo, e nela quero e espero morrer, dizendo
sempre: Minha única esperança é Jesus e depois de Jesus, Maria.
-Pedir
a graça que deseja alcançar e rezar o Santo Terço ou Rosário-
Votos:
- Fazer exame de consciência;
- Meditar o Evangelho de dia;
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